quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Entardecer...

Perdido em seus pensamentos ele se viu contemplando o horizonte... Uma paisagem maravilhosa, montanhas, uma ao lado da outra entremeadas por árvores altas de copas tão compridas, que pareciam beijar as nuvens, outras não tão altas mas robustas e formosas com seus galhos e ramos se entrelaçando com as primeiras. Um vale que atravessava toda a imensidão do seu alcance visual, no qual um rio se estendia com suas águas correndo como se quisessem alcançar umas as outras. Em alguns lugares mansamente e em outros com explosões violentas ao se chocarem com grandes pedras que se encontrava em seu leito. O Céu mudou de cor,o azul claro e límpido, transformou-se em azul acinzentado com pequenas nuvens brancas e algumas maiores já escurecendo. O sol lentamente se escondendo atrás das montanhas com raios longos, pontiagudos e brilhantes como ouro se infiltrando pelas fendas das rochas e entre os galhos das árvores até alcançar as águas do rio, como se tentasse segurar em algo, para prolongar ao máximo aquele momento de magia. Ao seu redor as nuvens pequenas pareciam fragmentos de ouro, enquanto mais ao longe as maiores se tornavam em manchas escuras. O rio com sua majestade no furor das águas, tentava ainda através de reflexo devolver seus raios, já meio prateados. Na intenção de lhe devolver parte das forças para segurar aquele momento esplendoroso. Tudo em vão, logo escureceu e com a escuridão veio também aquele silêncio misterioso...
( Romualdo Antunes)

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