Solidão!

Aquele frio parecia não parar, parecia estar tão escuro, dava para ouvir as vozes e o tilintar dos talhares das pessoas dentro das casas jantando, aquela rua parecia tão sombria, longa e fria, as luzes das casas estavam acesas, mas a sensação era de que se estava sozinho, a neve caía aos poucos, molhando o rosto que já nem sentia mais, seguia devagar, via seus passos marcados na neve que cobria aquela noite de natal, e ele ali andando perdido, procurando um lugar que pudesse acolhe-lo, passou adiante de uma praça, ali estavam famílias reunidas cantando jing bells, eles transmitiam uns para os outros a harmonia o amor que o natal deve transmitir, mas ele continuava a caminhar sem rumo algum, apenas com as lembranças de um passado distante, aquilo parecia que o devorava por dentro, ele não conseguia mais sorrir, suas lágrimas não se continham mais, ele sentou-se na beira da rua, e caiu em prantos, e o que ouviu não eram mais sons aterrorizantes mas sim crianças e adultos cantando e alegrando-se, estavam vindo em sua direção, convidaram-o para dançar e cantar junto com eles, o espirito de natal tomou conta dele neste dia, por algumas horas ele esqueceu quão tão dura é vida.